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Um Mar de Recordações

Um Mar de Recordações

17.Jun.13

Perdido no aeroporto

Impossível! Não ia deixar a pessoa mais especial da sua vida partir daquela maneira. Iria lutar até ao fim, até que as suas forças acabassem. Não ia desistir tão facilmente, desta vez não. Não podia deixar sentir alguma responsabilidade por aquilo que estava a acontecer, tinha que a ver por uma última vez!
A chuva caia descontroladamente, a cada minuto a força parecia aumentar. Não se importou com isso, iniciou novamente a marcha. Desesperadamente, começou a correr o mais rápido que podia naquelas travessas semelhantes. Precisava de encontrar um táxi em algum lugar, mas as ruas estavam vazias. Só quando chegou a uma artéria principal é que conseguiu encontrar um que o pudesse levar até ao aeroporto. Aquele carro avançou pela capital numa corrida pelo amor verdadeiro. Desta vez não ia recuar. Ia dar o passo decisivo que não tinha tido coragem de dar durante meses. Sentia-se inútil por não ter sido capaz de lhe dizer tudo o que sentia, as palavras tinham ficado caprichosamente presas na garganta. Arrependia-se diariamente por aquela cobardia.
Repentinamente, acordou dos seus pensamentos quando sentiu o carro abrandar, ao olhar para a frente entrou em pânico. Não podia acreditar no azar que estava a ter! Á sua frente encontrava-se uma longa fila de carros que tornava irreal a ideia de poder chegar a tempo. Assim, não teve escolha a não ser pagar ao taxista e ir a correr até ao aeroporto. A hora estava a ficar perigosamente apertada, receava chegar demasiado tarde. O seu coração tremia quando via algum avião descolar. Podia ser ela não conseguia deixar de pensar. Completamente molhado, chegou ofegante à porta do aeroporto e dirigiu-se rapidamente ao quadro de voos. Os seus olhos percorreram rapidamente a informação e quando terminou uma lágrima caiu pela sua face.

[Ficção]

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