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Um Mar de Recordações

Um Mar de Recordações

11.Out.13

Há sempre uma luz…

Passaram-se seis meses desde que tinha recebido a carta a confirmar o divórcio. Desde aí tinha ficado descuidado, não se preocupava consigo. Esquecia-se de cortar a barba não tinha qualquer cuidado em arranjar-se e passava os dias a embebedar-se. Perdera o emprego. Vivia numa constante solidão, na verdade tinha-se afastado de todas as pessoas que conhecia. A vida tinha deixado de fazer sentido, vivia nas sombras, caminhando cegamente para uma espiral de destruição.

Naquela tarde, estava um calor abrasador, mas aquele homem arrastava-se penosamente nas ruas. Tinha tido uma nova discussão no bar local. Estava cansado, as forças estavam a abandona-lo. Sentiu uma forte tontura e perdeu o equilíbrio. Colapsou quase instantaneamente caindo estrondosamente no chão frio. Não se importou, fechou os olhos e ficou ali deitado no meio da estrada durante vários minutos. Ouvia passos perto que ignoravam o seu estado, mas isso não o importava.

Por momentos quase que apreciou aquele momento de solidão total. Contudo, de repente surgiram passos apressados que se aproximavam cada vez mais. Iam na sua direcção, percebeu isso. No instante seguinte, sentiu uma mão esforçar-se por levantá-lo. Esforçou-se por abrir os olhos, mesmo com o sol de frente. No meio de toda aquela claridade conseguiu ver a face de uma jovem. Aquela luz dava-lhe uma aura divinal. Mesmo nos lugares mais sombrios, há sempre uma luz, pensou. Só teve tempo para sorrir e desmaiar. Para ele, o seu milagre tinha acontecido…

[Ficção]

Parte 1 || Parte 2

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