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Um Mar de Recordações

Um Mar de Recordações

01.Jun.12

A última cartada...

Preparo-me para o grande momento, visto-me a preceito. Quero estar melhor do que nunca, quero arrasar. Está quase na hora do espectáculo e vou demonstrar mais uma vez a minha qualidade ao mundo. Estou pronto para a luta. Saio do quarto de hotel, do meu local de concentração para o louco mundo. Lá fora é uma selva cheia de predadores. O pensamento faz-me sorrir. Curioso, em competição o único predador sou eu.
Ao descer as escadas, começo a ouvir o barulho das várias pessoas que me esperam. Assim que apareço, os flashes das câmaras disparam. Há dois anos tudo isto parecia um sonho, mas desde que comecei a vencer… parece que o mundo está aos meus pés. Hoje o aparato é maior, estamos no maior torneio de poker do planeta. O ambiente está ao rubro, o entusiasmo gerado é impressionante. Há uma tensão enorme. No entanto, para mim, estamos apenas na final de mais um torneio. Tudo o que conquistei foi com esta calma e serenidade. Na mesa, apenas restam dois jogadores: eu e um norte-americano.
Olho despreocupadamente para o meu adversário. Já se encontra sentado e demonstra um enorme nervosismo. Aparentemente não vai dar muito trabalho. Demasiado básico e irracional. Não está habituado a estes palcos. A batalha ainda não começou e já lhe escorre suor pela cara. Sorri. Criei realmente um legado. Estou invicto há mais de trinta torneios, já ganhei tanto dinheiro que não sei o que vou fazer com ele. Mas continuo a jogar como se ainda precisasse disso para viver, é o meu vício. 
O ambiente na sala está infernal, a expectativa está diante de mim e do meu adversário. Estou em clara vantagem com o dobro das fichas dele. O coupiet dá as cartas. A batalha voltou a começar. Uma dezena de jogadas vem cimentar a minha vantagem. Recebo um às e um rei, nada mal. Volto a sorrir, desta vez para o meu oponente. Ele aposta alto. Sei que estou em vantagem e tenho quase a certeza que esta mão vai terminar o torneio, por isso aposto as restantes fichas que o meu oponente ainda dispõe. Ficou nervoso, pude vê-lo. Não sabia o que fazer, desesperadamente tentou ler-me a jogada. Não conseguiu e apostou… 

[Ficção]

 
 

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