Belém é, provavelmente, um dos locais mais bonitos em Portugal e que está intimamente ligada com a história do país. Hoje, esta freguesia é um espaço que contém vários pontos de interesse como museus, jardins, além de possuir um atraente ambiente ribeirinho. Uma das áreas que pessoalmente me desperta mais curiosidade e interesse é o Padrão dos Descobrimentos.
Este monumento foi inaugurado em 1960, em celebração dos 500 anos da morte do Infante D. Henrique. O Padrão dos Descobrimentos, desenhado em forma de caravela, evoca à expansão marítima. Liderados pelo Infante D. Henrique, que segura uma pequena caravela numa mão, estão outros heróis da história portuguesa dessa época como Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Fernão Magalhães ou Camões. Um local imponente que tem uma vista particularmente impressionante ao pôr-do-sol.
A norte deste monumento uma rosa-dos-ventos de 50 metros de diâmetro, desenhada no chão, foi uma oferta da África do Sul em 1960. O mapa central, pontilhado de galeões e sereias, mostra as rotas dos descobridores nos séculos XV e XVI. A imagem vê-se melhor a partir do cimo do Padrão dos Descobrimentos, cujo acesso é feito pelo elevador situado dentro do edifício. O bilhete de entrada custa três euros por pessoa.
"Nenhuma grande descoberta foi feita jamais sem um palpite ousado." (Isaac Newton)
Já visitaram este local? O que acham do Padrão dos Descobrimentos? Qual é o vosso local preferido em Belém?
Não queria acreditar em quem estava a ouvir. “Olá meu amor”, ouviu do outro lado da linha. Estava a escutar a sua namorada, reconhecia aquela doce voz em qualquer lugar. Mas como? Sabia que ela não tinha resistido ao acidente de viação que tinham sofrido há uma semana atrás. Instantaneamente , ele começou a chorar. Ela voltou a falar-lhe de forma triste e melancólica. “Sê forte, não desistas”, afirmou. Após essas palavras, não se ouviu mais nada. Tinha desligado. Naquele lugar apenas ouvia-se o barulho angustiante da chamada ter terminado, que persistia como se quisesse persegui-lo até à loucura. Não sabia o que pensar, apenas queria recordar para sempre as palavras da sua namorada. “Sê forte”, pensou, mesmo sem saber como o iria conseguir fazer. Pela primeira vez durante dias sentiu a necessidade de sair daquela cama. Tentou levantar-se, mas sentiu fortes tonturas que o imobilizaram. As cores do quarto confundiam-se e a sua cabeça estava totalmente atordoada. Não teve outro remédio senão afundar-se na cama novamente, esgotado e quase sem força. Estava perto de desistir como sempre fazia, era bem mais fácil do que continuar a lutar. Sentia-se seguro ali, mas hoje não ia deixar-se dominar pelo conformismo. Voltou a tentar levantar-se e as cores do quarto começaram a ficar confusas. Não quebrou. Gritou com toda a força que tinha. Progressivamente, tudo começou a ficar escuro. Instantes depois, abriu os olhos e percebeu que estava deitado numa cama de hospital. Ao seu lado estava a sua namorada que mal o viu mexer não conseguiu controlar as lágrimas. Deram as mãos, não foram precisas palavras ou explicações. Aquele toque bastava para que tudo voltasse a fazer sentido. Olharam-se demoradamente e aos poucos foi nascendo um sincero sorriso nas suas faces. Sentir que ela estava a seu lado era um tesouro que não queria perder. Só minutos depois descobriu que tinha ficado em coma desde que tinham sofrido o acidente que tinha ocorrido há duas semanas. Por seu lado, a sua namorada tinha apenas ferimentos superficiais. Passou aquele tempo no hospital a rezar para uma recuperação rápida. Costumava falar com ele trazendo-lhe palavras de esperança, as mesmas que o despertaram daquele coma. Aquele tinha sido o exemplo perfeito da força do amor. Religiosamente, ela continuou a visitá-lo todos os dias, enquanto ele passava todos os exames. Dias depois, ele saiu pelo seu pé completamente recuperado. Perto da porta, lá estava ela. Tinha-o ido buscar e deu-lhe um longo e saboroso abraço. Caminharam juntos pela rua em direcção à sua casa. Ficaram por lá durante horas, a matar todas as saudades de um casal que por alguns dias pensou ter-se perdido um ao outro…
Acordou de forma sobressaltada e com uma respiração ofegante, tinha sido mais uma noite difícil. Os seus fantasmas mantinham-se cada vez mais fortes. Perseguiam-no todas as noites, recordava-se sistematicamente do acidente que ocorrera na passada semana. Tinha ido buscar a sua namorada para um jantar de aniversário do seu primeiro ano juntos. Durante a viagem, um carro em excesso de velocidade foi contra eles deixando as duas viaturas em péssimo estado. O outro condutor morreu instantaneamente, enquanto que a sua namorada sobreviveu por poucos segundos. O olhar triste dela nunca mais o abandonou. Amava-a como nunca imaginou, mas perdeu-a por um infortúnio da vida.
Não conseguiu conter as lágrimas que começavam a cair dos seus olhos, sem que tivesse força de fazê-las parar. Sentia-se fraco e inútil, culpava-se pela fatalidade que os tinha arrasado. Uma constante saudade não o abandonava, doía-lhe saber que nunca mais ia voltar a vê-la. Não conseguia deixar de se culpar pela fatalidade que os tinha arrasado. O funeral tinha sido há três dias, ele tinha decidido não estar presente. Não se perdoava por não ter tido coragem de se ter despedido dela pela última vez. Tinha sido um cobarde e permanecido fechado em casa à espera que tudo mudasse. Mas nada se alterou, por muito que quisesse a vida acabava de forma abrupta. Sem qualquer tipo de piedade. Continuava deitado na cama, arrasado. O telemóvel começou a tocar, o seu corpo moveu-se mecanicamente e agarrou-o. Não podia imaginar quem estava do outro lado da linha…
A vigésima edição desta rubrica é uma homenagem a uma das minhas bandas favoritas. Os Queen foram formados em 1971 e eram compostos por Freddie Mercury, Bryan May, John Deacon e Roger Taylor . Aquela que é uma das referências musicais conseguiu vender mais de 300 milhões de discos no mundo inteiro.
O grupo começou a dar os primeiros passos em Londres conseguindo lançar o seu primeiro cd (“Queen”) em 1973 que viria a ser o prólogo da glória futura. Desde cedo conquistaram o público com a sua irreverência e um talento impressionante. A sua originalidade permitiu a criação de vários êxitos que a tornaram num dos maiores sucessos musicais de sempre. A história da banda viria a ficar tragicamente marcada em 1991, ano da morte de Freddie Mercury, com apenas 45 anos. O vocalista sucumbiu vítima de uma broncopneumonia, decorrente da SIDA. Quatro anos depois, o grupo britânico viria a lançar o último cd intitulado ironicamente de “Made in Heaven”.
A música que escolhi foi do início de carreira da banda. Composta em 1975, a Bohemian Rhapsody integra o álbum “A Night at the Opera”. Esta canção tem a particularidade de não possuir refrão e consiste em três momentos fundamentais: um segmento de balada que acaba com um solo de guitarra, uma passagem operística e uma secção de hard rock. Apesar de ter-se tornado numa das mais emblemáticas músicas da história foi recebida com algumas críticas iniciais.
Ainda assim, a canção recebeu inúmeras distinções e tornou-se num sucesso comercial. Em apenas dois anos, a British Phonographic Industry nomeou-a como o melhor single britânico no período de 1952-1977. Por sua vez, a revista Rolling Stone colocou a Bohemian Rhapsody na 163° posição na lista das 500 melhores músicas de sempre, e considerou ainda o solo de guitarra como o 20° melhor solo de todos os tempos. Em 2004, a música foi incluída no Grammy Hall of Fame.