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Um Mar de Recordações

Um Mar de Recordações

28.Mai.15

A jogada que mudou uma vida...

Naquelas duas semanas a capital francesa respirava e vivia ténis. Realizava-se Roland Garros, o grande torneio de terra batida. Uma das competições que criava autênticas lendas no desporto. Hoje, naquele dia quente, jogava-se a final de singulares masculina. Um jovem jogador saltava nervosamente tentando afastar a pressão, enquanto olhava para o outro lado do campo. Diante de si tinha aquele que era considerado como o deus da terra batida, um desportista espanhol que parecia quase invencível naquele terreno. O jogo encontrava-se no quinto set, no tie break final com vantagem para o rapaz de apenas 18 anos. Estava muito próximo de cometer um dos maiores feitos do desporto actual caso conseguisse mais um ponto. Agarrou a raquete com mais força sentido a responsabilidade da próxima jogada. Desejava aquele winner de direita que o catapulta-se para o sucesso. Era a grande chance de marcar uma geração, apenas precisava de bater uma resposta forte e imponente, sabia que tinha que acabar com o jogo o mais rápido possível. 

Um silêncio imperava naquele estádio esgotado, sentia-se a ansiedade naquele jogada que podia ser decisiva, o público olhava impacientemente esperando a decisão daquele emblemático duelo de gerações. O seu adversário levantou a bola e disparou um serviço muito forte, mas que saiu um pouco ao lado do campo. "Segundo serviço!", rugiu o árbitro da partida, numa voz grave e intensa. O jovem sueco passou a mão por uma testa suada, exausto pelas quatro horas daquele duelo intenso. A inesperada estrela avançou para o outro lado do campo, aquela era a sua chance de vencer algo grandioso e, logo, diante de um autêntico herói local. Ia aproveitar o desespero e a pressão do seu experiente adversário. Preparou-se para o ponto de uma vida, para a jogada que ia mudar a sua vida para sempre...

No segundo serviço, a bola viajou para o seu campo com imenso spin, contudo o sueco conseguiu acertar nela com uma força arrasadora. Ainda assim, o combativo espanhol chegou à bola com dificuldade. O pequeno esférico acabou a pingar muito próximo da rede. O talentoso adolescente correu com a pouca força que ainda possuía, deu tudo o que tinha naquela corrida decisiva. Atacar aquela bola era sinónimo de glória eterna. A bola estava em queda livre, mas não desistiu. Arriscou e deu um salto num enorme esforço para evitar que a bola batesse no solo. Conseguiu tocar-lhe levemente, não evitando uma colisão forte no chão. Naqueles pequenos segundos não sabia qual tinha sido o destino do jogo. O coração acelerou freneticamente. Antes de virar a cara à procura da bola, um estrondoso ruído ouviu-se pelo recinto. Olhou para o campo adversário e lá estava a pequena bola amarela. Tinha conseguido, conquistou o encontro e o torneio. Largou um enorme sorriso, afinal não era todos os dias que se alcançava um sonho de uma vida...

 

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